Chega ao
Brasil um modelo de implante de silicone inteligente, que promete mais
segurança às pacientes e também aos médicos. Um microchip de cobre revestido
por vidro foi encapsulado dentro das próteses de mamas da marca Motiva Implants
como um recurso, biocompatível e seguro, para armazenar dados. A novidade
recebeu o registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no
final de março e as primeiras cirurgias estão previstas para este mês. Na
Europa, implantes com chip são usados há sete anos.
"Por
meio de um aparelho portátil que lê as informações do microchip, é possível ter
acesso, de forma rápida e não invasiva, a dados importantes, como o nome do
fabricante, o lote, a data de fabricação, o modelo e o tamanho da
prótese", explica o cirurgião plástico Cláudio Lemos, Membro das
Associações Brasileira e Americana de Cirurgia Plástica e pos-graduado pelo
Instituto Ivo Pitanguy. O médico ainda explica que esse é um grande avanço,
pois muitas vezes os dados se perdem. "Após alguns anos, a paciente troca
de médico e não sabe dizer a marca nem o tamanho da prótese dela. Ter essas
informações facilita o trabalho do cirurgião no caso de uma troca do implante e
dá mais proteção às mulheres", afirma Lemos.
Ainda de acordo com Cláudio
Lemos, em um futuro próximo, será possível também avaliar outros parâmetros,
como a temperatura e a pressão interna do implante, o que pode diagnosticar
casos de contratura capsular ou ruptura da prótese - complicações mais
frequentes na cirurgia de aumento de mamas sem precisar de exames de
ressonância magnética.
Tanta
tecnologia tem um preço: "O valor da cirurgia com esse tipo de prótese
pode subir em torno de 20%. Mas o custo compensa pela segurança e por saber a
origem do produto", acredita o médico.
Além
do microchip, a nova prótese traz outra evolução histórica da cirurgia
plástica: a nanotextura. Por meio da nanotecnologia, cientistas da Universidade
de Manchester, no Reino Unido, desenvolveram esse tipo de superfície com o
objetivo de diminuir os riscos de infecção e contratura capsular -- formação de
uma espécie de cicatriz ao redor da prótese, que pode causar deformação e a
ruptura dela, além de desconforto e dor.
De acordo
com o estudo da universidade, com a prótese nanotexturizada a incidência de
casos de contratura capsular em um período de oito a dez anos caiu de 10% a
2%.Um outro ponto positivo foi a vantagem do novo gel de silicone com
elasticidade excepcional para facilitar a inserção dos implantes e incisões
menores."Não tínhamos nenhum grande avanço nesse sentido há cerca de 30
anos” finaliza Lemos.
Serviço:
Dr.
Cláudio Lemos
Endereço: Rua Real Grandeza, 108 – sala
311 – Real Medical Center, Botafogo.
Telefone: (21) 2535-6606