No passado, acreditava-se que pacientes em tratamento de doenças crônicas, como câncer, deveriam manter-se em repouso e reduzir suas atividades físicas. Hoje em dia, ao contrário dessa ideia, já é unanimidade que exercícios contribuem tanto para a manutenção da força muscular, quanto para uma redução da fadiga comum em pacientes em tratamento, além de melhorar a disposição, o corpo e também a qualidade de vida do paciente.
Em geral, a fadiga constatada nos pacientes com câncer é de caráter crônico. Este estado de extremo cansaço e desgaste não apresenta melhora após repouso, tendendo a piorar e contribuindo para uma constante perda de desempenho do paciente e uma má qualidade de vida.
De acordo com o ortopedista especialista em Oncologia Ortopédica e cirurgia de sarcoma, e coordenador de onco-ortopedia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bragança, a atividade física otimiza os períodos de sono e descanso, e aumenta os momentos de lazer. “A realização de exercícios ocasiona uma melhora no apetite, na autoestima e na auto percepção, bem como influencia a rotina diária”, diz o especialista.
Ainda segundo o médico, a fadiga crônica é caracterizada por uma intensa atividade de catabolismo no corpo, provocando, assim, alterações no metabolismo. “Isso gera uma perda involuntária de peso, massa muscular, anemia e redução na ingestão alimentar, culminando em reduzida expectativa de vida. Esses fatores favorecem o tecido tumoral, o qual compete com as demais células do corpo em relação às fontes energéticas. E é nesse sentido que os exercícios se tornam um grande aliado fazendo com que o organismo passe a ter uma exigência maior de substratos, competindo com o tumor. O exercício físico promove o aumento do consumo da glicose, diminuindo os níveis de glicose e de insulina circulantes, reduzindo assim a oferta de substratos às células tumorais” explica Bragança.
Apesar de todos os benefícios, Marcelo Bragança ressalta que é fundamental o apoio de uma equipe multidisciplinar. “O acompanhamento é ideal, pois quando o exercício físico é inadequado deixa de ser benéfico, podendo oferecer um enorme risco ao doente”, afirma.
Serviço:
Dr. Marcelo Bragança
Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 190, 1026 – Botafogo.
Telefone: (21) 3239-5000
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