Pular para o conteúdo principal

Covid-19 e relacionamentos: efeitos da pandemia geram atritos entre casais




Terapeuta de Casais dá dicas de como os relacionamentos podem melhorar em época de Pandemia.
O estresse da vida cotidiana já é muito grande, e ele, muitas vezes, acaba aumentando em tempos de Covid-19, mesmo com a flexibilização do isolamento social. Esse estresse tem gerado atrito principalmente em relacionamentos românticos, cujos casais, estão restritos de manter relações sociais com outras pessoas, portanto, exigem mais um do outro.


Um estudo feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, sobre a saúde mental do brasileiro averigou o quanto esse estresse aumentou com a pandemia e como a resposta do parceiro ou parceira ( marido, mulher, namorado, namorada, companheiro (a)) pode influenciar nessa situação.

No Brasil, pode-se notar que houve um grande aumento nos casos de violência doméstica e outros conflitos associados à vida de quarentena em casa. No Rio de Janeiro, de acordo com o Tribunal de Justiça (TJRJ) os casos aumentaram em 50% nas agressões que conjugues fizeram as suas companheiras.

Os estudos da pesquisa levam em consideração características que podem ser tidas como protetivas para o relacionamento. Em atendimento a casais de diversas partes do país e através de pesquisa online, é possível verificar quais os efeitos que o Covid-19 pode causar nas pessoas. Entre os casais analisados pela pesquisa estavam heterossexuais, bissexuais, gays e lésbicas.

Sentimentos como solidão, estresse financeiro, percepção de satisfação, conflito e comprometimento são avaliados através desses estudos. Entre os itens medidos pela pesquisa, também foi apontado a chamada capacidade de resposta do parceiro, que mais é do que procurar entender seu parceiro ( se colocar em seu lugar, validar seus sentimentos e cuidar dele). Nesse item, foi avaliado até que ponto o parceiro achava que estava realmente sendo ouvindo e entendido, ou seja, necessitando de uma atenção especial pela falta de interação social, que é muito limitada em tempos de Covid-19.

De acordo com a psicóloga Viviane Menezes, Membro do Conselho Regional de Psicologia- RJ , terapeuta de casais, o aumento de divórcios que vem sendo noticiado em todo país, não devem ser atribuídos ao confinamento, e sim a um problema de comunicação que já existia anteriormente nesta família.


“Diversos estudos revelam que casais com estruturas frágeis tendem a desmoronar mais facilmente diante de fatores externos do que aqueles mais fortes. Muitas famílias podem desfazer o casamento devido aos efeitos da pandemia, isolamento, fragilidade, estar juntos 24 horas por meses seguidos, enfim, isso é possível. Entretanto, temos que observar com cautela que quando um casamento, uma estrutura familiar é rompida, já existem fatores pré-existentes” explica Viviane, lembrando que a maior responsável por tudo são as fragilidades das relações.

3-O que os casais podem fazer para melhorar a convivência?


De acordo com a psicóloga, é como se a pandemia colocasse os problemas na sala de estar. “O diálogo é uma excelente estratégia”, diz a especialista, ressaltando que é necessário quando se tem filhos dar uma atenção especial às crianças e nunca mentir sobre o que está acontecendo com a família.

Voltando a pesquisa, os resultados mostraram que os entrevistados estavam com muito estresse, tensão financeira e solidão, e quanto mais esses sentimentos aumentavam, maior era a tensão no relacionamento amoroso.Os fatores negativos que aumentaram no relacionamento foram menor satisfação, sentimento de pouco comprometimento e aumentos dos conflitos entre o casal.. Os pesquisadores deduzem que os relacionamentos românticos são ligados à saúde mental e física, e que com o prejuízo deste, isso pode levar a fatores negativos de bem estar físico. Contudo, indivíduos que disseram que seus parceiros são responsivos, se mostraram mais protegidos contra esses efeitos negativos.

Viviane Menezes ressalta que em momentos como o que estamos vivendo temos que fazer de tudo para tornar os relacionamentos mais confortáveis diante de nossos parceiros.

“s nessas situações que o amor tem que se mostrar através da paciência, pois, quando um parceiro está para baixo, o outro tem que ser o suporte.Não que essa seja uma tarefa fácil, já que isso envolve suportar as lamúrias, reclamações e dores de quem amamos. Entretanto, se realmente amamos essas pessoas, é nesse momento que o amor tem que se mostrar forte” afirma a psicóloga que abaixo esclarece algumas dúvidas e dá dicas de como um casal pode melhorar a convivência em tempos de pandemia.


1- O que leva os casais a se desentenderem tanto neste isolamento social?

Por não haver distrações (viagens, happy hour hoje, ir ao shopping, futebol, encontro com amigos), afastamento do trabalho, limitações financeiras, preocupações, tendências a jogar frustações no parceiro por não estar mais próximo, não ter a vida social ativa, com essas mudanças de rotina, acaba aumentando o nível de estresse.

2-O grande aumento no número de separações, como os já registrados na China e nos Estados Unidos, pode acontecer também no Brasil?



Não tem nada a ver com o país. Tem a ver com a condição do confinamento em que os casais são obrigados a entrar em contato com questões. Tudo que já existia tende a agravar.


Viviane destaca que as pessoas estão vivendo um momento mais ansioso diante da pandemia: “Se nos rendermos a essas emoções à flor da pele e se a relação já tinha ruídos que antes eram escondidos em algum lugar do armário vai vir tudo à tona.Situações como o distanciamento, a desconexão que já existia, agora não tem mais álibi de justificativa pra que não haja o sexo, a conversa, a convivência, a troca. Sem essas desculpas antes convenientes que existiam, o casal é obrigado a entrar em contato. Quem não tiver maturidade emocional, resiliência e disposição para se reinventar dificilmente vai sair junto dessa” comenta.

Reconhecer o momento: é um momento tenso, em uma atmosfera ansiosa, que é uma situação que mobiliza nosso estresse;

Dividir e perguntar: dividir como estou me sentindo, como é pra mim, perguntar para o outro como ele está. Criar um espaço de conversação que se possa externar as emoções e exercitar a cumplicidade;

.Manter o ambiente de casa o mais pacífico possível mesmo em meio ao caos: Pode se manter informado, não ficar alienado, mas também tem que se preservar;

.Alternar o dia a dia com atividades gostosas pro casal: Tudo o que promove sensação de bem estar, prazer, gasto de energia, é muito bem-vindo. Ver filmes, ouvir músicas, fazer comidinha juntos, receitinha, dar risada, conversar;

Manter uma rotina mesmo em quarentena é uma possibilidade de se organizar: A disciplina traz essa sensação de segurança, sentimento de organização. Mais organizado, o dia pode ficar um pouco mais previsível e isso para o cérebro traz uma sensação de segurança.


SERVIÇOS:

CLINICA DE PSICOLOGIA VIVIANE MENEZES
Av. das Américas 19019, sala 384, Recreio Shopping- Recreio- Rio de Janeiro
Telefone: (21)993627312


Postagens mais visitadas deste blog

[News] "Cores do Outono" é a nova mostra da Ava Galleria de Varkaus, dentro da 6ª edição BELA - Bienal Europeia e Latino-Americana de Arte Contemporânea, com curadoria de Edson Cardoso

  "Cores do Outono" é a nova mostra da Ava Galleria de Varkaus, dentro da 6ª edição BELA - Bienal Europeia e Latino-Americana de Arte Contemporânea, com curadoria de Edson Cardoso A mostra fala sobre a diversidade da arte, através das cores da nova estação, com o tema 'Arte, Vida e Sustentabilidade', de 17 a 24 de setembro. A  BELA - Bienal Europeia e Latino-Americana de Arte Contemporânea, em  sua  6ª edição ,   abre a  exposição "Cores do Outono", na Ava Galleria de Varkaus, Finlândia ,  com o   tema 'Arte, Vida e Sustentabilidade'  e   curadoria do visionário Edson Cardoso,   mostrando que a arte é uma atividade fundamental ao ser humano, pois quando o homem produz, ele interage com o mundo em que vive e consigo mesmo. Ela é necessária para que o ser humano se torne capaz de conhecer e assim poder mudar algo, expressando sentimentos.   Confirmando a importância de um evento internacional desse porte,  a Ava Galleria apresenta obras de artistas bra

[News]Roda de Conversa "Mar: das Veredas ao Naufrágio" reúne as autoras Adriana Lomar, Alice Monteiro, Georgia Annes e Marcelle Azeredo, na Casa 11, no próximo dia 02.02, sexta-feira

  Roda de Conversa "Mar: das Veredas ao Naufrágio" reúne as autoras Adriana Lomar, Alice Monteiro, Georgia Annes e Marcelle Azeredo, na Casa 11, no próximo dia 02.02, sexta-feira O objetivo é fazer o ouvinte mergulhar nas águas profundas da vida, através de seus livros, e encontrar um porto seguro em seus personagens e versos. A  Casa 11  apresenta a  Roda de Conversa 'Mar: das veredas ao naufrágio' , com as autoras Adriana Lomar, Alice Monteiro, Georgia Annes e Marcelle Azeredo, que trazem o grande personagem de suas obras, enxergando nas águas percepções intangíveis sobre a existência, o tempo, a memória, o sonho e o amor.  O objetivo é fazer o leitor/ouvinte mergulhar em águas mais profundas, expondo seus personagens e versos impregnados de caminhos ora dolorosos, ora tranquilos, como metáforas para a própria vida. Quando tudo parece um naufrágio, um porto nos procura. Sobre as autoras Adriana Vieira Lomar  nasceu em 1968. Carioca de família alagoana considera “Éba

[News]O Centro Cultural Correios RJ apresenta a exposição 'Três Marias', reunindo trabalhos de Daniela Schiller, Mariana Porto e Flavia Renault, de diferentes momentos de suas trajetórias.

  O Centro Cultural Correios RJ apresenta a exposição 'Três Marias', reunindo trabalhos de Daniela Schiller, Mariana Porto e Flavia Renault, de diferentes momentos de suas trajetórias. Com curadoria de Ruy Luduvice, as artistas trazem uma visão feminina e conexões entre o ancestral e o contemporâneo. O Centro Cultural Correios RJ apresenta a exposição 'Três Marias', reunindo trabalhos de Daniela Schiller, Mariana Porto e Flavia Renault, de diferentes momentos de suas trajetórias. As artistas compartilham os mesmos princípios e ideias da arte como experiência e possibilidades. Grande parte dos trabalhos são feitos em tecidos, sejam nas pinturas de céus imaginários de Daniela, nos bordados e trançados de Mariana, ou nos vestidos de Flavia. A mostra, com curadoria de Ruy Luduvice, traça um recorte do universo com ações femininas, possibilitando conexões entre o ancestral e o contemporâneo. A mostra 'Três Marias' pode ser visitada até 24 de fevereiro de 2024, no 3º