Durante pandemia, a demanda por atendimento clínico de doenças, como câncer tiveram queda. A busca por serviços oncológicos diminuiu até 70% na rede hospitalar brasileira. Outros serviços de saúde não ligados a doenças infecciosas, como a Covid-19, caíram 50%
O sentimento de pânico e o medo de se expor
ao coronavírus estão fazendo com que algumas pessoas deixem de dar a devida
atenção a problemas que demandam cuidados sérios, como câncer ou doenças
crônicas. A Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e médicos especialistas
alertam sobre a questão.
Segundo o secretário executivo da instituição,
Bruno Sobral, enquanto hospitais que tratam doenças infectocontagiosas, como a
Covid-19, estão cheios, a demanda por leitos clínicos em outras especialidades
teve queda de 50% no Brasil. “Tem serviços, como na área de oncologia, em que a
procura caiu 70%. Por outro lado, as unidades de terapia intensiva (UTIs) estão
cheias.”. Esta semana, a confederação iniciou uma campanha para alertar as
pessoas sobre a importância de manter a continuidade dos tratamentos.
A médica Jeane Juver, anestesiologista e
especialista em Medicina da Dor e Paliativa explica que algumas cirurgias são
adiadas com razão, mas outras precisam ser feitas. “As pessoas têm medo de
procurar o serviço de saúde, mas recomendamos conversar com os médicos”,
aconselha. “Cirurgias eletivas têm indicação para que não sejam feitas. O que
preocupa são terapias como oncologia, toda a parte de acompanhamento de
pacientes crônicos e hemodiálise. Tanto procedimentos, quanto consultas e
exames são fundamentais que sejam mantidos”, alerta Jeane Juver.
Nos
hospitais, acumulam-se resultados de biópsias nas estantes, ao mesmo tempo em
que muitos adiam tratamentos que deveriam iniciar imediatamente, como
quimioterapia. Ainda de acordo com Jeane, que atende em vários hospitais da
cidade, pacientes com suspeita de tumor
decidiram não seguir com o processo de investigação, neste momento. Outros, com
diagnóstico estabelecido e indicação para início de tratamento imediato,
optaram por aguardar até 40 dias para começar, a contragosto da equipe médica.
“A maioria dos casos envolvem tumores de mama,
transplante de medula e procedimentos gastrointestinais, como colonoscopia.
“Eles evitam ir ao hospital, com medo de se expor ao coronavírus. Coincide que
a faixa etária de maior incidência oncológica é em uma população de idade mais
avançada, a mesma que é mais vulnerável às formas graves da Covid-19”, pondera.
“Meu conselho é: converse com seu médico, porque cada caso deve ser avaliado de
maneira individualizada. Alguns tipos de tumores permitem aguardar tratamento,
mas outros, de urgência, podem evoluir para metástase ou comprometimento de
determinado órgão”, alerta.
descobriu um câncer de pulmão há três anos. A
princípio pensou, devido as dores nas costas, ser um problema ortopédico mas
uma tomografia seguida de biópsia diagnosticou a doença. Luíza iniciou o
tratamento inicialmente com a quimioterapia oral e depois com a venosa.
Quando veio o isolamento social a
professora já estava marcada para fazer sua sessão de quimioterapia e não
adiou. “Sou uma mulher corajosa e forte. Fui orientada por meu médico que não
parasse o tratamento e mesmo na quarentena sai para me vacinar e fazer a
quimio” explica, lembrando que é
essencial não abandonar e continuar com as medicações e exames sempre que
necessário.
“O que aprendi até agora é que o mais
importante é buscar o equilíbrio físico e mental. Sou uma mulher alegre aos 72
anos, faço academia aqui no meu prédio, sou alto astral e só sinto falta de ter
minha independência, estar com os amigos, andar de ônibus, por exemplo” conta
sorrindo e animada.
Ela faz questão de deixar registrado que as
pessoas com comorbidades como ela devem permanecer ainda em casa e tomar muito
cuidado com o vírus que está por aí, mas devem manter cuidados básicos como
banho de sol, otimismo, seguir à risca as ordens médicas e nunca parar de
lutar: “ Temos que fazer nossa parte a cada dia. Cada dia é um degrau, é um dia
de gratidão que estamos vivendo e vencendo” finaliza.
Cuidados
A continuidade do tratamento é vital em casos de pacientes que precisam de quimioterapia e para aqueles que sentem muitas dores.Abaixo Jeane Juver responde três questões para esclarecer dúvidas de pacientes e leitores.
A continuidade do tratamento é vital em casos de pacientes que precisam de quimioterapia e para aqueles que sentem muitas dores.Abaixo Jeane Juver responde três questões para esclarecer dúvidas de pacientes e leitores.
Qual a recomendação de manter o
tratamento oncológico durante o período? Há casos em que ele pode ser suspenso?
A primeira medida é procurar se informar bem com um especialista, e esclarecer se pode ou não abandonar o tratamento. Alguns casos como exames, por exemplo, podem ser prorrogados e, às vezes, não. Mas só quem pode definir isso será o médico que acompanha o paciente.
Qual a recomendação para as pessoas que apresentarem sintomas de câncer durante a pandemia?
Se a pessoa está com um sintoma, precisa procurar um médico. Também é importante não deixar de fazer os exames de rotina. A gente sabe que a incidência de câncer tem aumentado, assim como a queda da mortalidade. A consequência está ligada ao diagnóstico precoce das doenças. O ideal é que a gente pudesse prevenir o câncer, mas na falta da prevenção primária, o diagnóstico precoce é a nossa maior arma de cura.
Os pacientes com câncer devem tomar algum cuidado diferente dos indicados para prevenção do novo coronavírus?
Eu costumo dizer que o paciente oncológico é muito educado. Porque, como o tratamento da doença pode levar a imunossupressão, ele já está acostumado com hábitos de higiene. Então, neste período, os cuidados não mudam. A gente fala para que o paciente tenha uma vida normal, mas com as recomendações necessárias.
Qual a recomendação de manter o tratamento oncológico durante o
período? Há casos em que ele pode ser suspenso?
A primeira medida é procurar se informar bem com um especialista, e esclarecer se pode ou não abandonar o tratamento. Alguns casos como exames, por exemplo, podem ser prorrogados e, às vezes, não. Mas só quem pode definir isso será o médico que acompanha o paciente.
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