Um dos temas centrais da nova novela global “O
Outro Lado do Paraíso” é a violência doméstica, abordada desde o segundo
capítulo quando a mocinha Clara (interpretada por Bianca Bin) é estuprada pelo
marido Gael (Sérgio Guizé) em plena noite de núpcias.
Segundo Walcyr Carrasco, autor da novela, o tema
será tratado com muita profundidade e seriedade, colocando de forma realista
para servir de conscientização de que muitas vezes a violência contra a mulher
está dentro de casa.Raramente cenas fortes são exibidas aos sábados das
novelas, devido à baixa audiência. Mas os telespectadores assistiram neste
fim de semana uma das cenas mais chocantes já mostradas nos folhetins, onde
Clara é espancada pelo marido depois de uma crise de ciúmes.
Dia 25 de novembro próximo a Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas comemora em todo mundo o Dia Internacional da Não-Violência
Contra a Mulher, onde se incitam reflexões sobre a situação de violência em que
vive considerável parte das mulheres em todo o mundo.
Pesquisa
do Datafolha divulgada este ano mostra que uma em cada três mulheres sofreram
algum tipo de violência no Brasil em 2016, sendo que 43% das mulheres em
situação de violência sofrem agressões diariamente;35%, a agressão é
semanal e em média, a cada 11 minutos uma mulher é
estuprada em nosso país.
Segundo a psicóloga Edyclaudia Gomes de Souza, Membro da Sociedade
Brasileira de Psicologia-RJ,pessoas que passam por qualquer tipo de
violência têm riscos de desenvolverem transtornos psiquiátricos, trazendo danos
à sua estrutura mental. “ Otratamento psicológico para essas vítimas é
essencial, pois vai auxiliar no entendimento dos fatos e na ressignificação de
suas vidas. A sensação de menos valia e culpa é comum nesses casos e trabalhar
em cima disso é um dos pontos da psicoterapia”, diz a especialista.
Ainda de acordo com Edyclaudia Gomes de Souza, o termo
violência contra a mulher trata da violência contra o sexo feminino, pela
simples condição de ser mulher. Já o termo violência doméstica é a que ocorre dentro
de casa, nas relações entre as pessoas da família, também chamada violência
intrafamiliar. “Já que as mulheres são os alvos principais, os agressores se
aproveitam da vulnerabilidade da pessoa para espancá-las ou humilhá-las. Os
filhos por viverem no ambiente familiar violento, podem se tornar jovens
“problemáticos”, com comportamentos inadequados na sociedade como resposta a
violência presenciada na infância. Chegam mesmo a ter dificuldades em manter
relações afetivas ou empregos, mau entendimento de si mesmos e distúrbios
psiquiátricos” explica a psicóloga lembrando que há muitos motivos para a
mulher se manter tanto tempo numa relação violenta.
“Os fatores são diversos como o medo das ameaças do parceiro
e a vergonha de procurar ajuda são itens muito relevantes. A sensação de culpa
e fracasso na escolha do par amoroso, o receio de sofrer discriminação e
preconceito e a esperança de que o parceiro mude; A mulher se sente isolada já
que é comum não comentar as agressões com ninguém,além da maioria possuir uma
dependência econômica e ter medo de perder a guarda dos filhos” enumera a
psicóloga acrescentando a importância em se apontar o fundamentalismo religioso
e o despreparo da família e da sociedade para tratar o assunto.
A Lei nº 11.340/06, também conhecida como Lei Maria da
Penha, estabelece providências legais para maior proteção à mulher em situação
de violência doméstica e familiar, evitando que ela seja atendida de maneira
inadequada.
Para denunciar a violência, a vítima pode procurar o
Ministério Público da sua cidade ou ligar para a Central de Atendimento a
Mulher 180.
Serviço:
Consultório de Psicologia Dra. Edyclaudia Gomes de Souza
Tel: (21) 98200-8545
www.edyclaudiapsicologa.com.br
Copacabana
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