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[News]O CANTOR É UM ATLETA DA VOZ, DE ALTA PERFORMANCE

O CANTOR É UM ATLETA DA VOZ, DE ALTA PERFORMANCE
Cristiane Magacho, fonoaudióloga, fala da qualidade vocal do cantor.


Crédito foto Marcelo Wance


A fonoaudióloga Cristiane Magacho afirma que "o cantor é um atleta da voz, de alta performance. Muitos usam sua ferramenta de trabalho por horas seguidas aos finais de semana, sem contar nos dias de ensaio".

Ainda é comum o cantor popular procurar um fonoaudiólogo ou um otorrino somente depois de perder a voz, sentir cansaço vocal ou ficar muito rouco após uma maratona de shows. Felizmente,estes casos têm diminuído, já que estes profissionais da voz cantada têm consciência da importância da prevenção da saúde vocal.

Há cantores que acreditam no seu talento natural. Não veem a necessidade de terem aulas para conhecer e potencializar seu aparelho fonador, sua extensão vocal, assim como trabalhar a parte artística da sua voz. Muito menos acompanhamento fonoaudiológico, que visa conscientizá-los sobre os cuidados com a voz, que devem ser constantes, assim como potencializar a produção da voz, a ressonância, a articulação e a respiração, isso com intuito de não se machucarem e, consequentemente, não adquirirem alguma lesão nas cordas vocais.

Tais lesões são diagnosticadas pelo otorrinolaringologista, médico especialista em cuidar da laringe, e que podem ser: nódulos vocais, pólipos vocais, edema de Reinke, e até a laringite, causada pelo refluxo laringofaríngeo.

Nódulos vocais -> às vezes chamados de nódulos do cantor, resultam do uso excessivo ou incorreto repetitivo da voz. Esses crescimentos semelhantes à calosidades se desenvolvem no ponto médio das pregas vocais. Parecem calos ao microscópio e ocasionalmente estão associados a vasos sanguíneos anormais. Mulheres entre 20 e 50 anos de idade são mais propensas a nódulos nas cordas vocais, mas tanto homens quanto mulheres podem ser afetados.

Pólipos vocais -> tendem a ser mais vascularizados do que os nódulos, o que significa que têm mais vasos sanguíneos e aparecem na cor avermelhada. Esses crescimentos podem variar em tamanho e forma, mas geralmente são maiores do que nódulos e se assemelham a bolhas. Como os nódulos nas cordas vocais, os pólipos podem ser causados pelo uso excessivo ou incorreto da voz, mas também podem ser causados por um único episódio de abuso vocal (como gritar em um show ou evento esportivo).

Edema de Reinke -> é processo inflamatório crônico da laringe provocado pelo tabagismo, sendo mais frequente nas mulheres.

Laringite -> garganta vermelha, inchada, causando entre o esôfago e a faringe, "uma sensação de pigarro ou algo parado na garganta". Muito comum em quem apresenta refluxo laringofaríngeo. As manifestações são tosse seca, pigarro e rouquidão, principalmente pela manhã, ou após as refeições.

Alguns cantores sem técnica vocal apropriada acabam usando um ajuste muscular de tensão na laringe e trato vocal, gerando a síndrome da tensão músculo-esquelética.

Todas as situações mencionadas acima favorecem o aparecimento de fendas nas cordas vocais, gerando muitas vezes soprosidade e até rouquidão.

Para que o cantor tenha qualidade vocal impecável e sem medo da fadiga muscular, seria imprescindível que pudesse ser acompanhado por uma equipe formada por fonoaudiólogo (fisiologia da voz, condicionamento vocal), otorrino (diagnóstico laríngeo e prescrição de medicamento quando for o caso), professor de canto (voz artística, repertório, afinação), nutricionista (alimentação balanceada para potencializar a contração muscular) e personal trainer (condicionamento muscular).

A Dra. Cristiane Magacho é precursora mundial do  estudo da dermatoglifia desde 2013, quando ingressou no programa de Doutorado em Linguística da PUC-SP, é especialista em Voz pela CFFA e mestre em Ciência da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco. A  dermatoglifia é o estudo científico das impressões digitais, pelo qual é possível analisar o potencial genético do indivíduo (velocidade, força, resistência e coordenação).

Instagram: @dracristianemagacho

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