Com o aumento dos casos de contaminação e de mortes por dia pelo novo coronavírus, fala-se em uma segunda onda de contágio. Para existir uma segunda onda é preciso que uma primeira onda tenha acabado o que não aconteceu. O vírus não se foi e continua entre nós e agora, com ajuda do relaxamento de grande parte da população novos casos acontecem, pois as medidas protetivas estão sendo menos usadas (ou relaxadas) a partir da flexibilização, que está sendo mal assimilada por muita gente.
Principalmente no Brasil, como relatamos em nosso livro “A vida após o novo coronavírus: novos comportamentos” (www.barralivros.com) a dificuldade de se manter em isolamento social, pelo perfil da nossa cultura, faz com a flexibilização seja entendida como “liberou geral”.
A notícia boa é que as vacinas estão chegando com boas perspectivas de proteção e outras novas vacinas poderão ser mais rapidamente aprovadas a partir de decisão da ANVISA de reduzir o tempo médio de aprovação das vacinas no Brasil de um ano para dois meses o que vai acelerar a liberação deste antídoto.
Recuo estratégico é preciso!
O início de novembro despertou a atenção de várias partes do mundo, mas não foram as eleições americanas ou as brasileiras as responsáveis por isto. Os números crescentes de casos de contaminação e morte pelo novo coronavírus chamaram a atenção da mídia como se fosse um fato novo ou imprevisível.
No Brasil o cenário se assemelha, relativamente, a alguns países da Europa, além dos EUA e Canadá e a preocupação cresce juntamente com os referidos números.
Este cenário já era previsto considerando que o vírus não tinha nos deixado e permanece no ar.
Várias cidades na Europa e América
do Norte estão adotando toque de recolher após as 22 hs e/ou nos fins de
semana, lockdown e outras restrições setoriais no comércio objetivando menos
contatos entre as pessoas. Apesar disto, não se pode dizer que é uma surpresa
este cenário que revive o início deste ano.
Voltar às ruas para aliviar a
pressão do isolamento social, minimizar as possibilidades de eventos de saúde
mental, além de assegurar a recuperação de empregos e da Economia,
indiscutivelmente, era necessário. No entanto, o “como fazer isto” parece não
ter tido os devidos cuidados faltando dosagem, cuidado e bom senso, em muitos
casos.
Flexibilizar é uma árdua tarefa,
especialmente para os indisciplinados como os brasileiros que deverão ter os
dividendos deste tipo de comportamento descomprometido com a realidade.
Mini CV - Lucio Lage Gonçalves