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Angiologista explica o que é linfedema após o câncer de mama e como diminuir as chances de ter um



No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, representando 29.5% dos cânceres em mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Falar sobre prevenção é de extrema necessidade, assim como alertar para as milhares de possibilidades de tratamento que minimizam o sofrimento dessas mulheres.

A angiologista e cirurgiã vascular, Laís Faina, Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e integrante do corpo clínico da Cirurgia Vascular do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, chama a atenção para uma das complicações mais comuns após o tratamento cirúrgico e/ou radioterápico do câncer de mama chamada linfedema (um acúmulo de líquidos que causam inchaço no braço).

“Trata-se de uma situação limitante, angustiante, que leva a degradação da autoimagem dessas mulheres, sem mencionar os transtornos como infecções recorrentes, dor, incapacidade funcional e alterações cutâneas. Aproximadamente 21% das mulheres tratadas apresentam linfedema, metade delas irão desenvolver o linfedema crônico” .

De acordo com a angiologista, o linfedema pode começar logo após a cirurgia ou radioterapia, ou surgir meses ou anos depois. “O mais frequente é que apareça de forma lenta. Ocorre em mulheres que tiveram os nódulos linfáticos removidos durante a cirurgia ou que receberam radioterapia na área dos nódulos linfáticos. Aproximadamente, uma em cada cinco mulheres com câncer de mama terá linfedema” explica a médica, completando que a quantidade de inchaço varia de mulher para mulher. “Algumas mulheres podem apresentar um inchaço que faz com que os anéis fiquem apertados nos dedos. Em outras mulheres, o braço pode inchar até o dobro do tamanho normal” esclarece Laís.

Como diminuir as chances de ter linfedema:
Segundo a angiologista e cirurgiã vascular, é muito importante tentar evitar as infecções. “Faça os exames de sangue e aplique injeções no braço não afetado pela cirurgia. Mantenha a pele limpa e proteja-a quando tiver cortes ou queimaduras. Use luvas quando fizer alguma atividade que possa machucar suas mãos; Proteja seu braço das queimaduras de sol. Use luvas para forno quando estiver cozinhando. Evite respingos de comida que estiver no fogo ou no microondas. Não tome banho quente de banheira e não vá a saunas, pois o calor pode causar retenção de líquido”, aconselha, lembrando de que é importante evitar roupas ou outros itens que apertem ou pressionem o braço ou o ombro afetado.

“Evite o uso de correntes ao levar bolsas. Tire a sua pressão no braço não afetado (ou na coxa quando ambos os braços estão fragilizados). Quando fizer viagens aéreas, use uma manga elástica (uma bandagem feita sob medida colocada ao redor do braço para reduzir o inchaço) para proteger-se contra mudanças na pressão. Fale com seu médico ou fisioterapeuta se você deve usar ou não a manga elástica”.

A médica também chama a atenção para a necessidade de se evitar esforços musculares. “Continue fazendo suas atividades diárias normais com o braço afetado, mas não exagere. Faça exercícios, mas não sobrecarregue o braço. Fale com o seu médico ou fisioterapeuta sobre o nível de atividade adequado para você” indica.

O que você pode fazer:

Laís Faina explica que se a mulher passou por uma cirurgia de nódulos linfáticos ou radioterapia nos nódulos linfáticos (área embaixo dos braços), procure por sinais de linfedema. Observe a parte superior de seu corpo na frente de um espelho a cada duas semanas. Converse com seu médico se notar qualquer um destes sinais:

· Sensação de inchaço ou de aperto no braço.

· Impressão de que o braço do lado do corpo em que seu câncer foi tratado parece maior do que o outro.

· Fraqueza no braço ou dificuldade para movê-lo tão bem quanto antes.

· Mudanças na pele, como se ela perdesse elasticidade.

Ainda de acordo com a médica, é possível que você tenha outros efeitos colaterais. “Após a quimioterapia, talvez você tenha dificuldade para pensar ou lembrar-se das coisas. Você também poderá ter feridas na boca. Pergunte ao seu médico sobre o que fazer com esses efeitos colaterais”. Aconselha a especialista. Abaixo, Laís Faina lista outros efeitos colaterais possíveis que devem ser levados em consideração para quem teve um câncer de mama:

· Mudanças na pele e no seio. A radioterapia pode fazer com que sua pele fique mais grossa, mais vermelha (como após uma queimadura de sol) ou causar alterações no tamanho de seu seio. Essas mudanças geralmente desaparecem entre seis e doze semanas após o tratamento. A quimioterapia pode fazer sua pele ficar vermelha, ressecada, com coceira ou descamação;

· Perda de cabelo em qualquer parte do corpo e não somente na cabeça. A perda de cabelo por causa da quimioterapia pode ocorrer dias ou semanas após o início do tratamento. Tudo depende da forma com que seu organismo reagirá a ela. Após a quimioterapia, seu cabelo voltará a crescer;

· Adoecimento mais fácil. Alguns tratamentos podem debilitar seu corpo e fazer que você adoeça, sangre ou tenha hematomas mais facilmente do que antes;

· Ondas de calor, alterações vaginais e outros efeitos da terapia hormonal. Outros possíveis efeitos adversos são: secura e/ou prurido vaginal, períodos menstruais irregulares, dor de cabeça, náusea, erupção cutânea, fadiga e ganho de peso;

· Mudanças nos hábitos de evacuação. Você poderá ter prisão de ventre ou diarreia no período de tratamento com quimioterapia;

· Maiores chances de ter outro câncer. É muito raro, mas às vezes o tratamento pode facilitar o crescimento de outro câncer no corpo. Se isso acontecer, será vários anos após o tratamento de câncer de mama.

Serviço:
Dra. Lais Faina – Clínica de Cirurgia Vascular e Angiologia
Endereço:
Rua Visconde de Pirajá, 330, sala 709 – Ipanema
Telefones: (21) 3079-3003 / (21) 99307-9763 (Whats App)




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